Querido Coração, quero falar-te ao teu ouvido, palavras nobres e doces, bondosas para que tu respires tranquilo e te sintas por mim amado e jamais, jamais só e coberto de infame vergonha ou dolorosamente abatido pelas balas dos homens, da sociedade, acusado e ultrajado em praças públicas das mentes das pessoas que não se travam e soltam palavras como cães ferozes na tua querida direção.
Eu estou aqui.
Meu doce e guerreiro Coração, aguenta a intensidade de certos dias e de alguns momentos. É guerra, sim mas tu mantêm-te na paz e serenidade que sabes e conheces, porque juntos já palmilhámos um caminho que nos ensinou técnicas de combate e nos deu estratégias de defesa para a guerra, as guerrilhas e milícias sociais ou sentimentais. A guerra não é tua.Aguenta, Corajoso. Aguente e recompõe-te rapidamente. Porque eu preciso que voltes ao teu ritmo sereno e que respires comigo, de-va-g-a-r.
Já passou, já pa-ss-ou.
Vou abraçar-te o resto da minha noite. Vou encher-te de carícias, aninhar-te, proteger-te, dentro do meu peito para que esqueças e sintas conforto apenas, nem frio, nem o nú da vida, nem nada.
Tu e eu, Coração, não esqueças, tu e eu. Eu olho por ti, tu olhas por mim. Sempre.
Para sempre.
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