Os Grupos

Apetece-me falar de Grupos.

São um pouco difíceis os Grupos. Senão vejamos: recebem-nos com uma espécie de  passadeira vermelha e apesar de nos primeiros tempos estarmos por ali à experiência  acabamos por entrar nas rotinas, adquirir os mesmos códigos de comunicação, receber e-mails, convites e eis a crescer dentro de nós aquele orgulho de pertencer a um Grupo. E até que é bom. Mas, sim há um "mas", em pouco tempo surgem as primeiras nuvens no cenário de amizades perfeitas, perenes. O problema está no  "contrato" (são sempre as letras miudinhas ao fim da página que nos traem!!)  que implica a fidelidade ao Grupo, a ligação dependente e umbilical, o dever, a disponibilidade total, e quer faça sol ou chuva, não é permitido Faltar! Faltar é falhar e isso é sancionável! Para além das quotas há multas!! Terrível!

Eu gosto de Grupos. A minha primeira experiência de pertença a um Grupo surgiu aos 12 anos e já na altura existia a rígida obrigação de apenas estar com aquele Grupo e apenas com AQUELE Grupo. Qualquer ousadia ou saída rebelde com outro ser, era punida com um amuo de Grupo. E o jogo começou!

Um Grupo é um porto seguro. Reconheço. Fazem-se coisas e giras, entra-se na dinâmica e é garantido um dia-a-dia menos enfadonho  e são praticamente certos os convites para festas, jantares, saídas, os e-mails e os sms´s. Mas é tão castrador!!

Experimentei pertencer a vários grupos. Uma trabalheira conciliar actividades e eventos. Já experimentei desligar-me dos Grupos e andar por aí atrás do vento. Gozar da liberdade. Enfadonho ao fim de uns meses. Dei comigo a falar com as gaivotas na praia!! Até fundei um Grupo mas não é fácil que as pessoas compareçam. Há muita concorrência!!!

Agora, bom,  não me preocupo tanto. O bom de não me preocupar é que lá vou tomando as decisões e fazendo os planos para o dia.
 A vida depois dos 4uarenta torna as coisas mais leves, ou melhor, a forma como nós vemos a vida e a.... vivemos!