Hoje é dia de gritar à paisagem.
Há um rugido prestes a devolver-se à fúria dos elementos, que tem de para lá voltar, para que eu possa sossegar.
Tenho este desejo de fossilizar nas rochas tudo o que me recordo. Até um dia.
O meu coração sofre da erosão das palavras que me atiras.
Todas as poeiras cósmicas navegam à velocidade da luz e convergem para um buraco mais negro que o breu da noite e eu encontro-me lá. As moléculas agitam-se, as placas sacodem o cimento e o meu corpo com todo o sangue, todos os ossos e a pele está a gritar ao Universo. Um grito em uníssono.
Partilhado através de sinapses. Poeiras. Moléculas. Magma. Como um grito perdido no eco.
Vai passar. Vai passar. O grito vai calar-se. Até um dia. Um dia. Um dia.
1 comentário:
Lindo...um dia, iremos as duas ...
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