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domingo, 26 de setembro de 2010

Tu

Não és feito de mar, nem de sal, nem de vento, nem de nenhum outro elemento.
Mas encerras no olhar o mistério das pradarias oceânicas. Dos abismos coloridos do fundo do mar.
Tocas em nuvens e elas riem. Tocas na brisa e ela acalma. Somente tocas.
A vida espelha-se como um rio calmo. De uma enorme profundidade e beleza, como é a da tua alma. Encerra mistérios e segredos. Encerra sonhos por inventar.
Os dias passam por ti plácidos, sem frio, sem tormentas.
As noites enroscam-se e demoram-se, no calor do teu corpo.
Vives no mundo que te rodeia, na esteira de uma estrela ou na beira de um cais, com a força desse olhar que tudo conquista por onde passas.
Transformas o último minuto em primeiro, quando estás.
A dúvida em certeza, quando te vás.
A amizade em cumplicidade, quando dás.
É assim que eu te vejo. Na beira de um cais, aspirando a sonhos salgados que te levam na corrente, para a boca do mar. Do mar, para o imenso oceano, do oceano para paragens distantes. Para ilhas desertas dos teus sonhos tão certas.

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