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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Nem às paredes confesso II

Há uma parte de mim, que se encontra furtivamente contigo.
Sem que tu disso te apercebas.
Não costumo escolher a hora em que o faço. Gosto de não ter que escolher essa hora.
E nunca te conto, para que não me esperes. Prefiro encontrar-te sem que tu o saibas.
Sem que o saibas, sento-me à tua mesa.
Sem que o sintas, deito-me na tua cama, a teu lado.
Não te chamo, não te toco, nem te beijo.
Apenas te contemplo.
Há uma parte de mim, que te pergunta com humildade se é verdade o que o meu coração me diz.
Ultimamente tem-me contado que também tu, por vezes, te encontras furtivamente comigo.
Sem que eu disso me aperceba.
Um dia, quase que acredito, que nos vamos visitar à mesma hora. E na coincidência desse momento, vamo-nos encontrar na mesma beira da estrada, na mesma esquina da rua, dando passos na direção um do outro.
Será esse o dia em que nos vamos finalmente, abraçar?

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