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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Conversas à flor da pele


Imagino.

Imagina comigo.
Pode ser qualquer cenário. Tem de ter o teu desprendimento das coisas terrenas e materiais. Tenho de ter a tua promessa que vais tentar. Vens...?
Começas por sentir esta melodia, doce e quente. Um violoncelo. Grave. Uma voz feminina, sensual. A orquestra.
O cheiro. Jasmim, branco, da China. Desculpa ser doce o perfume, mas é o meu preferido.
Saboreia. Uma romã, fresca. Um trago de água fresca. Sem mais, pode ser?
Continuas comigo?
O toque. Veludo ou seda? Para te deteres ou escorregares. Não fujas. Não vás sozinha.
A voz, sussurra-te as traquinices com que sonhas. Faz-te cócegas nos cabelos.
Vês! Não sabes o que vês, mas gostas.Queres ver claro, mas eu não te deixo. É o meu conto e tu és a minha ouvinte. Expectante, mas docilmente passiva.
Estás a sorrir. Eu também. Nesta viagem não há bilhete de ida. Mas há de regresso. Porque tu tens de voltar ao ponto de partida e contar-me como te sentes. Onde preciso de afinar, limar, a tua curiosidade.
Não tentes chamar-me. Eu não vou. Não se pode ir. Passeio sozinho, a meu gosto, pelos jardins secretos que todas as criaturas e especialmente as mulheres conhecem. Não há chave para entrares. Porque não há fechadura.
Apenas um momento, este pequeno momento que te dedico. Um minuto. No tempo. Sem mais nada. Sem troca, nem agradecimento. Sem que me pedisses. Foi porque eu assim quis. E não desejo nada. Parei aqui e apenas me apeteceu conversar.
Agora... vá lá...o teu telefone está a tocar. Não, não sou eu. É o teu pedaço de destino que te chama.
Eu sou tão somente este sonho que acabou.

Adeus.

1 comentário:

Maria Clarinda disse...

Filhota....obrigada por os momentos que passo aqui contigo...mais intensos talvez pelo sentimento forte que nos une...não tenho comentado...porquê?...porque tu sabes que estou perto de ti e tu de mim...Obrigada. Um beijo de carinho
mummy